terça-feira, 27 de abril de 2010

Expressões... seculares

Ultreia et sus Eia
Literalmente significa “avante e para cima” era o termo usado para oferecer o incentivo e a sustentação aos peregrinos na idade média, quando grupos de peregrinos se encontravam. O “Ultreya” inicial devia ser respondido pelo outro grupo com “Sus Eia”. Esta saudação jacobeia está presente no "Codex Calixtinus".

"Peregrino, deja lo que puedas; toma lo que necesites"
São estas frases que nos acompanham no Caminho. Saímos do nosso terrível quotidiano de exigência contínua e entramos num outro mundo… El Camino!


"O peregrino não exige, agradece"
Assim, de uma forma tão sucinta, parte do encanto do Caminho fica explicado. Imaginem, se todos nós, no nosso dia-a-dia vivêssemos sempre com estas frases no pensamento. Certamente… tudo seria deferente… Não há escritor no mundo que possa transmitir exactamente o que é o Caminho. Temos de vivê-lo!


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Os Símbolos... de Santiago

Como um caminho iniciático, o Caminho de Santiago de Compostela é repleto de símbolos, que lhe confere um misticismo e interesse acrescido.
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A Vieira, é a concha bivalve de um marisco muito encontrado nas costas da Galiza, associado à imagem de Santiago Peregrino, que ostenta sempre uma capa com vieiras aplicadas. As conchas passaram a ser um símbolo do Caminho desde que os peregrinos passaram a usá-las e levá-las de volta para casa, como uma prova de que efectivamente tinham estado nas costas galegas, reforçando uma das afirmações de que o caminho terminava não em Santiago, mas nas Costa da Morte, em Finisterra, o fim do mundo na época medieval, quando ainda não se sabia da existência da América.
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A Cruz de Santiago, cruz vermelha, em forma de espada, que adorna roupas de confrarias, foi usada pela primeira vez pela Ordem dos Cavaleiros de Santiago, em 1170. Ela recorda o apóstolo cavaleiro que surgiu em “clavijo” montado num cavalo branco e ajudou os espanhóis a ganhar a batalha. Ela simboliza o apóstolo defensor dos cristãos na guerra da Reconquista.

O Cajado, bordão ou bastão. Instrumento imprescindível, especialmente na ajuda das descidas por caminhos sinuosos atapetados de pedras redondas e também como instrumento de defesa. Na Idade Média, o cajado tinha um significado simbólico interessante, representativo da terceira perna, e também a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Feito de galhos das avelaneiras ou dos castanheiros, o cajado é hoje um símbolo místico do Caminho de Santiago de Compostela.

A Credencial é o documento oficial da Oficina do Peregrino, em Santiago de Compostela, órgão da Catedral de Santiago que cuida do Caminho e dos peregrinos. Na Credencial o peregrino é identificado e este é o documento que lhe permite o alojamento nos albergues do Caminho. Em cada paragem, o peregrino deve obter um selo (carimbo), que certifique a passagem por pontos e lugares do “Camino”. Este documento é analisado no final da peregrinação na Oficina do Peregrino, para a obtenção da Compostela.

A Compostela (Campus Stellae), é um documento, escrito em latim e firmado pelo Canonigo da Catedral, responsável pelo atendimento aos peregrinos. É obtido quando se comprova que o peregrino efectuou o caminho a pé (pelo menos 100Km’s), de bicicleta (pelo menos 200Km’s) ou a cavalo (também 200Km’s mínimos). A Compostela é dada aos peregrinos que fazem o Caminho por motivo espiritual ou religioso. Se os motivos são outros, como cultura, ou desporto, existe um outro documento, menos formal, mas também representativo da aventura.

As Pedras são símbolos marcantes do Caminho de Santiago. Com frequência se vêem aglomerados de pedras, às vezes em grande quantidade! Elas podem ser colocadas em cima de marcos de distância ou simplesmente à margem do Caminho. Uma pedra simbólica deve ser levada pelos peregrinos, da sua própria Terra, para ser depositada num ponto significativo do “Camino”.

Saudações Peregrinas a Todos…